Sessão Semi-Plenária (31 de março | 11:00-13:00)

Organização das ST Sociedade Civil, Economias Alternativas, Voluntariado | Sociologia do Direito e da Justiça – ST Globalização, Política e Cidadania

Cidadania na construção de identidades plurais

Isabelle Hillenkamp [Institut de Recherche pour le Développement]

Amparo Ruiz-Tagle [Associação de Chilenos em Portugal]

Moderação: Pierre Guibentif [DINÂMIA’CET-Iscte]

Descrição

Através de uma intervenção inicial, quer da academia quer do ativismo, debateremos o conceito de cidadania hoje. Num tempo marcado por populismos, nacionalismos, persistem formas de ativismo e intervenção social alternativas, promotoras de inclusão e justiça social. Os indivíduos isolados  são comprovadamente demasiado frágeis. As organizações da sociedade civil, nas suas diferentes formas e modalidades, têm como objetivo intervir em representação de grupos, em defesa de interesses comuns, nas mais diversas áreas de direitos, nomeadamente através de formas económica alternativas e não raras vezes complementares às estruturas mercantis e estatais capitalistas. Procuram, nomeadamente nas suas relações com o Estado e o mercado, ultrapassar algumas destas vulnerabilidades e construir espaços de identidade, propondo alternativas de integração social, lidando com conflitos internos das minorias,  com interesses e influências que se vão criando, bem como com os constrangimentos de sociedades globais enquistadas de desigualdades e pobreza.

 

Chamada de comunicações para sessões temáticas

São múltiplos os termos e expressões que podemos usar para designar fenómenos sociais que estruturam a sociedade portuguesa em particular e as sociedades contemporâneas de forma geral no que diz respeito a formas organizadas da sociedade civil. Organizações não-governamentais, organizações sem fins lucrativos, terceiro setor, economia social, economia solidária, economia popular e microempreendedorismo, empresas sociais, empreendedorismo social e coletivo, setor voluntário, militantes, ativistas, movimentos sociais, participação cívica… As possibilidades são inúmeras para designar o envolvimento dos indivíduos em sociedade, frequentemente de forma coletiva e mais ou menos organizada, com o intuito de produzir bens e serviços, respondendo a necessidades ou aspirações, intervindo em representação dos seus membros, em defesa de interesses comuns, ou tecendo e fortalecendo laços de pertença e de solidariedade.

Nos últimos 40 anos esta área tem vindo a afirmar-se, refletindo as tendências das transformações sociais quer ao nível da auto-organização da sociedade e das políticas públicas, quer ao nível do seu estudo, traduzindo-se no aumento de investigação, publicações e associações multidisciplinares.

O enfoque nestes conceitos atravessa fronteiras disciplinares, mas este objeto de estudo é tratado também em vários ramos da sociologia, sendo indubitável que a sociologia tem uma abordagem particular.

Neste sentido, a SCEAV apela a contribuições nas seguintes linhas temáticas:

  1. Economias social, solidária e popular, suas práticas e enquadramentos legais;
  2. Empresas sociais, seus ecossistemas e contextos institucionais;
  3. Instituições de solidariedade social, redistribuição e políticas sociais;
  4. Empreendedorismo social, solidário e coletivo;
  5. Inovação social, nomeadamente perante as crises;
  6. Identidade, solidariedade e capital social;
  7. Novas e velhas formas de filantropia;
  8. Novos movimentos socioeconómicos, políticos e culturais;
  9. Economia de proximidade, soberania alimentar e moedas locais/sociais;
  10. Sociedade civil, voluntariado e participação social;
  11. Bens comuns e autogestão

Programa das sessões temáticas (30 de março)

Mesa 1 – Economia solidária, microcrédito e bens comuns –  09:00–10:30

Moderação – Cristina Parente

Economias alternativas: o caso de uma Rede de economia solidária no Nordeste brasileiro

Janainna Edwiges de Oliveira Pereira – ICS – Ulisboa

A Experiência da implantação de Grupos Solidários para Concessão de Microcrédito no Banco do Povo Crédito Solidário

Luiz Silvério Silva – Banco do Povo Crédito Solidário – Santo André – SP – Brasil –

Luiz Roberto Alves – Escola de Comunicação e Artes – USP – São Paulo – Brasil –

Marco Aurélio Bernardes – Universidade Metodista de São Paulo – São Bernardo C. SP – Brasil

Moedas Locais: reflexões sobre três casos em Portugal  

Sandra Lima Coelho – Católica Porto Business School / Instituto de Sociologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto

Empreendedorismo social como alternativa à diminuição da pobreza e da desigualdade na sociedade contemporânea: um estudo de caso no contexto brasileiro

Eliane Ribeiro Pereira – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil

José Paulo Cosenza – PPGAd-UFF, Brasil

MESA 2 – Sociedade civil, associativismo, voluntariado – 14:30–16:00

Moderação – Raquel Rego

Do fim do trabalho ao trabalho em comum: uma análise comparativo-tipológica dos motivos para a utilização e criação de bens comuns

João Braga Lopes – ISCTE

Quando o beneficiário se torna também voluntário: dinâmicas em torno da adoção de diferentes papéis sociais

Fábio Rafael Augusto – Instituto de Ciências Sociais, Universidade de Lisboa

Feminismos em luta e na luta contra o tráfico. A experiência portuguesa

Mara Clemente – CIES/ISCTE-IUL

O papel transformador das organizações culturais dos Anjos

Raquel Rego – ICS-ULisboa

Vera Borges – CIES/ISCTE-IUL

O Nascimento como terreno de ativismo em Portugal e na Europa: paradigmas, atores e modos de ação.

Dulce Morgado Neves

Mesa 3 – Terceiro sector, empresas sociais e inovação social – 16:30-18:00

Moderação – Sílvia Ferreira

O que são empresas sociais em Portugal? Abordagem multidimensional das organizações nas suas  trajetórias e contextos institucionais.

Sílvia Ferreira  – Universidade de Coimbra

Michela Giovannini – Centro de Estudos Sociais

Pedro Fidalgo – Centro de Estudos Sociais

Non-Governmental Organisations and Innovation for Development: following the trends or a path towards greater global justice? A survey proposal

Ana Luisa Silva – Centro de Estudos sobre Africa e Desenvolvimento, ISEG – ULisboa

O Capital Social de um território

Sara Teiga – ISCTE – IUL / CIES

Articulação colaborativa e a expansão das liberdades: Desenvolvimento social no contexto da Agenda 2030.

Thaysa Sonale Almeida Silva – Faculdade de Economia – Universidade de Coimbra